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Sociologia da Marginalidade Social 2


Código: SS2210240    Sigla: SMS2
Áreas Científicas: SOCIOLOGIA

Ocorrência: 2023/24 - 2S

Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos Horas Contacto Horas Totais
LSS1 56 Aviso nº 16918/2022 de 30 de Agosto 4 ECTS

Horas Efetivamente Lecionadas

3TURMAU

Teóricas: 30,00
Inquéritos: 0,00

Docência - Horas

Teóricas: 2,00
Inquéritos: 0,00

Tipo Docente Turmas Horas
Teóricas Totais 1 2,00
Idalina Maria Morais Machado   2,00

Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem

Objetivos da disciplina no contexto da licenciatura
a) Aprofundar o domínio dos instrumentos fornecidos pela Sociologia para analisar criticamente fenómenos/problemas sociais que mobilizam a intervenção do Assistente Social;
b) Fornecer conhecimentos teóricos necessários para interpretar situações concretas observáveis no decorrer do estágio de Serviço Social e para analisar modelos e estratégias de intervenção;

Objetivos específicos da disciplina
1. Dominar as várias leituras do comportamento desviante produzidas no quadro da Sociologia;
1.1 Perceber que a noção de marginalidade social remete para uma pluralidade de situações e comportamentos reagrupáveis em torno de dois tipos principais de fenómenos: condições sociais caracterizadas pela privação de recursos socialmente eficientes (pobreza/exclusão social); práticas e carreiras desviantes;
1.2 Entender as várias leituras sociológicas do comportamento desviante, em geral, e da delinquência juvenil, em particular;
1.3 Investir na construção de uma problemática teórica que encare o comportamento desviante como uma acção colectiva indissociável das relações de dominação e concorrência que estruturam o espaço social.

Programa

1. Introdução
1.1. Desvio, crime, normas e controlo social
1.2. O normal e o patológico na perspetiva da Sociologia
1.3. Diversidade dos comportamentos desviantes
1.4. Perspetivas biológicas e psicológicas de abordagem do desvio
2. A pluralidade teórica na abordagem sociológica do desvio
2.1. Comportamento desviante e défice de integração normativa
2.1.1. A perspetiva de E. Durkheim: o crime e o desvio enquanto fenómenos normais e úteis; as funções do crime e do desvio; o conceito de anomia.
2.1.2. A Escola de Chicago: território urbano e socialização para o crime; o conceito de desorganização social.
2.2. O desvio na perspetiva estrutural-funcionalista.
2.2.1. Da abordagem de Merton a Cloward e Ohlin: disfunção entre estrutura social e estrutura cultural; modos de adaptação à frustração.
2.3. A abordagem culturalista do desvio.
2.3.1. A. Cohen: a subcultura delinquente como resposta ao conflito entre a cultura dos adolescentes das classes populares e a cultura escolar; condições para o desenvolvimento e persistência da subcultura delinquente.
2.4. Ação coletiva e produção de carreiras desviantes: a perspetiva interacionista.
2.4.1. O desvio como ação coletiva; o modelo sequencial do desvio (principais etapas da carreira desviante - H. Becker); o papel das instituições totais na reprodução do desvio (E. Goffman).

Demonstração da Coerência dos Conteúdos Programáticos com os Objetivos da UC

Um dos objetivos da disciplina consiste em que os alunos dominem as várias leituras do comportamento desviante produzidas no quadro da Sociologia. Para dar cumprimento a tal objetivo o programa contém um conjunto de quadros teóricos de referência no âmbito da Sociologia (abordagem funcionalista, estruturo-funcionalista, culturalista e interacionista) que serão explorados no que especificamente diz respeito à análise dos fatores explicativos do comportamento desviante e do crime. Através da análise pormenorizada dos diferentes autores, procurar-se-á que os alunos percebam que a noção de marginalidade social remete para uma pluralidade de situações e comportamentos reagrupáveis em torno de dois tipos principais de fenómenos: condições sociais caracterizadas pela privação de recursos socialmente eficientes (pobreza/exclusão social) e práticas e carreiras desviantes.

Bibliografia Principal

BECKER, H.S. ;Outsiders (Uma teoria da acção colectiva), Zahar, 1977
COHEN, A. ;Delinquent Boys, The Free Press, 1955
DURKHEIM, E. ;As Regras do Método Sociológico, Presença, 1991
FERREIRA, J.M. et al. ;Sociologia, McGraw Hill, 1995
GIDDENS, A.;Sociologia, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004
GOFFMAN, E;Estigma, Zahar, 1982
HERPIN, N.;A Sociologia Americana, Afrontamento, 1982
MERTON, R. ;Sociologia, Teoria e Estrutura, Ed. Mestre Jou, 1970
GONÇALVES, R. A.;Delinquência, Crime e Adaptação à Prisão, Quarteto Editora, 2000
MACHADO, H. ;Manual de Sociologia do Crime, Afrontamento, 2008
TRAUB, S.H. & LITLLE, C.B;Theories of Deviance, F.E. Peacock Publishers, 1999
XIBERRAS, M.;As Teorias da Exclusão, Instituto Piaget, 1993

Métodos de Ensino

A metodologia de ensino e respetivas técnicas didáticas incide, de acordo com as diretrizes de Bolonha, sobre aulas teóricas (T) que contemplam a análise, pela docente, dos conteúdos programáticos da unidade curricular, articulando-se a exposição teórica dos temas com a ilustração empírica e a participação dos alunos na sua discussão partindo de atividades científico-pedagógicas que visam consolidar as suas competências (apresentação de textos/outros documentos; análise e discussão de informação estatística sobre as problemáticas em causa; visionamento e discussão de filmes e documentários focalizados nos fatores explicativos do desenvolvimento do comportamento desviante).


Modo de Avaliação

3

Componentes de Avaliação e Ocupação registadas

Descrição Tipo Tempo (horas) Data de Conclusão
Participação presencial (estimativa)  Aulas  30
Prova individual  Teste/Exame  2
Prova individual  Teste/Exame  2
Estudo autónomo  Estudo  66
  Total: 100

Avaliação Contínua

Os estudantes podem optar por uma das seguintes modalidades de avaliação:

a) Avaliação distribuída (Artigo 11º do RAC)

I. 2 testes escritos: ponderação de 45% cada teste. O 1º teste ocorrerá no dia 18 de março de 2024. O 2º teste ocorrerá no dia do exame final na época de exames.

II. Participação nas aulas: ponderação de 10%. (Até 1 valor para estudantes que assistam a 75% ou mais das aulas; Até 1 valor para participação ativa nas aulas).

b) Exame final (Artigo 12º do RAC) que consistirá na realização de um exame escrito individual na época de exame. 
Ponderação de 100%.

Avaliação Final

Avaliação distribuída
1º teste = 45%
2º teste = 45%
Participação nas aulas = 10%

OU

Exame final
Exame = 100%

Provas e Trabalhos Especiais

Não aplicável.

Avaliação Especial (TE, DA, ...)

De acordo com o estabelecido no Regulamento de Avaliação de Conhecimentos.

Melhoria de Classificação Final/Distribuída

De acordo com o estabelecido no Regulamento de Avaliação de Conhecimentos.

Demonstração da Coerência das Metodologias de Ensino com os Objetivos de Aprendizagem da Unidade Curricular

A compreensão das várias leituras do comportamento desviante produzidas no quadro da Sociologia, considerando por um lado o papel ativo da pobreza e exclusão social na génese das práticas e carreiras desviantes e por outro lado, as práticas e carreiras desviantes em si mesmas, apela a um esforço de aplicação teórica das teorias sociológicas em aprendizagem a um dado fenómeno social concreto. Para isso consideramos fundamental o investimento em metodologias ativas de ensino/aprendizagem, onde se solicite ao aluno a participação na realização de exercícios, discussão de casos práticos, interpretação de eventos associados ao trabalho de terreno. Este tipo de metodologia complementa-se com o recurso a aulas expositivas onde são apresentados, de forma mais sistemática, os conteúdos programáticos da disciplina.