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O envelhecimento demográfico é hoje um fenómeno incontornável em Portugal

O envelhecimento demográfico é hoje um fenómeno incontornável em Portugal

Este processo evidencia-se pelo estreitamento da pirâmide etária que que se traduz na redução do número de jovens, como resultado da baixa natalidade, e no alargamento do topo da pirâmide etária que se traduz num acréscimo do número de pessoas mais velhas, como consequência do aumento da esperança de vida (INE, 2023).

Para termos uma noção realista sobre este fenómeno, o índice de envelhecimento que nos retrata a proporção de pessoas com 65 ou mais anos com a população jovem (dos 0 aos 14 anos), tem aumentado significativamente. Se, por exemplo, em 2011 contávamos com 128 pessoas idosas por cada 100 jovens, em Portugal, contamos em 2023 com 186,2 pessoas idosas para os mesmos 100 jovens (Pordata, 2024).

Poderíamos multiplicar índices de caracterização do fenómeno, mas basta dizer que somos o segundo país da EU com maior índice de envelhecimento e o quarto do mundo com maior proporção de população idosa (Pordata, 2024). Por outro lado, mais de metade das pessoas que vivem sozinhas são idosas (55%), colocando Portugal como o quarto país da União Europeia com maior percentagem de pessoas idosas a viverem sós.

Não negando que esta elevada longevidade se trata de uma conquista civilizacional extraordinária, será justo reconhecer que a mesma se fará acompanhar de desafios incontornáveis para as sociedades modernas em áreas tão importantes quanto a saúde e a segurança social, a prestação de cuidados, o crescimento económico e a (re)distribuição de rendimentos e recursos e até as relações intergeracionais.

Este aumento da esperança de vida e da longevidade tem estado na base da criação de várias áreas científicas, como a gerontologia e muito particularmente a gerontologia social que se dedica ao estudo das bases biológicas, psicológicas e sociais da velhice e do envelhecimento, ao impacto das condições socioculturais e ambientais no processo de envelhecimento e na velhice, às consequências sociais desse processo, bem como às intervenções sociais que podem ser dinamizadas para melhorar o processo de envelhecimento (Fernández-Ballesteros, 2004, p. 36).

Quer seja para gerir ou coordenar serviços que possam apoiar as pessoas idosas e respetivas famílias, quer seja para implementar soluções inovadoras ou conceber respostas empreendedoras, na base de uma avaliação multidimensional de necessidades de pessoas individuais ou comunidades, o gerontólogo será seguramente um profissional de vanguarda no século do envelhecimento.

Só discutindo as fragilidades e potencialidades do sistema de proteção social dirigido aos adultos mais velhos poderemos produzir respostas inovadoras e diferenciadoras na área do envelhecimento, traduzindo os desafios e os riscos do crescente envelhecimento em Portugal em oportunidades de construção de uma sociedade mais justa, coesa e solidária.

Prof. Doutora Joana Guedes
Diretora da Licenciatura em Gerontologia do ISSSP


Fontes:

  • INE (2023). Estimativas de população residente em Portugal 2022. Acedido a 22 de julho de 2024
  • INE/PORDATA (2024). Acedido a 22 de julho de 2024
  • Fernandez-Ballesteros, R. (2004). Gerontologia Social. Madrid: Ediciones Pirâmide