Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem
1. Fornecer conhecimentos que permitam aprofundar a interpretação da pobreza e desqualificação social como fenómeno social e cultural complexo e diversificado.
2. Contribuir para a construção de uma síntese teórica que potencie a construção de hipóteses teóricas a respeito dos mecanismos sociais, culturais e psicológicos que participam na produção da pobreza e exclusão social e fundamente a construção de hipóteses operacionais suscetíveis de orientar a intervenção social neste campo.
Programa
1. Pobreza/exclusão social: abordagem histórica
2. Tradições de abordagem da pobreza: potencialidades e limites 2.1.Tradição Sócio-Económica: pobreza absoluta e pobreza relativa 2.2. Tradição Culturalista 2.3. Tipologia de modalidades de pobreza: integrada, marginal e desqualificante
3. Dimensões da exclusão social 3.1. Exclusão no plano económico, relacional/social e simbólico 3.2. O processo de desinserção social
4. Fatores, categorias e modos de vida da pobreza. 4.1. Principais fatores socioeconómicos explicativos da (re)produção da pobreza em Portugal. 4.2. Principais categorias sociais vulneráveis à pobreza em Portugal. 4.3. As respostas culturais e identitárias à privação: 4.3.1. O conceito de modo de vida e a pluralidade de modos de vida da pobreza 4.3.2. Estratégias identitárias mobilizáveis para enfrentar a experiência da desqualificação social: os frágeis, os assistidos e os marginais
5. Pobreza e território: a inscrição das desigualdades sociais no espaço e a produção de contextos de socialização geradores de vulnerabilidade cultural, relacional e simbólica
Demonstração da Coerência dos Conteúdos Programáticos com os Objetivos da UC
Os fenómenos da pobreza e da exclusão social são multidimensionais e resultam de processos complexos. Romper com visões individualistas, naturalistas e etnocêntricas sobre o problema da pobreza e compreender que esta resulta da acumulação de desigualdades interdependentes (relações entre privação económica, cultural, social e simbólica), é fundamental para que a prática dos interventores sociais não incida em estratégias de intervenção meramente assistencialistas e reprodutoras dos problemas sociais.
Os processos de intervenção social junto de crianças e jovens em risco de exclusão social pressupõem a ultrapassagem de visões dicotómicas que opõem as abordagens estruturais da pobreza (relevo dos processos sócio-organizacionais de produção da pobreza) às abordagens culturalistas e interacionistas.
Bibliografia Principal
Diogo, F. et al. ;A pobreza em Portugal. Trajetos e Quotidianos, FFMS, 2021
Capucha, L. ;Desafios da Pobreza, Celta Editora, 2005
Fernandes, A. T.;Formas e mecanismos de exclusão social. Sociologia ¿ Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1, 9-66, Faculdade de Letras da UP, 1991
Gaulejac V. & Taboada-Leonetti, I. ;La lutte des places, EPI, 1991
Guerra, P. ;Da exclusão social à inclusão social: eixos de uma mudança paradigmática. Revista Angolana de Sociologia, 10, 91-110, 2012
Paugam, S. ;Le salariéde la précarité. Les nouveiles formes de l¿intégration professionnelle., PUF, 2000
Paugam, S.;A Desqualificação Social, Porto Editora, 2003
Paugam, S. ;Les formes élémentaires de la pauvreté, PUF, 2005
Silva, M. C. F. ;Será possível uma sociedade sem exclusão social? Que sociedade?. Actas do Forum Encontro Internacional Paulo Freire, 2005
Standing, G. ;O precariado e a luta de classes. Revista Crítica de Ciências Sociais, 103, 9-24., 2014
Shildrick, T. & Rucell, J.;Sociological Perspectives on Poverty, Joseph Rowntree Foundation., 2015
Wacquant, L. ;A estigmatização territorial na idade da marginalidade avançada. Sociologia ¿ Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 16, 27-39., Faculdade de Letras da UP, 2006
Wacquant, L.;Bourdieu na cidade. Desafios à teoria urbana, Outro modo, 2023
A disciplina tem um carácter teórico aplicado, pelo que as aulas estão programadas em sessões mais expositivas para explicitação dos principais conteúdos programáticos articulando-se a exposição teórica dos temas com a ilustração empírica e a participação dos alunos na sua discussão; visionamento de filmes e documentários focalizados nos fatores explicativos da (re)produção de situações de pobreza e exclusão social; e sessões dinamizadas pelos alunos através da apresentação de trabalhos sobre as problemáticas em questão.
Modo de Avaliação
3
Componentes de Avaliação e Ocupação registadas
Descrição
Tipo
Tempo (horas)
Data de Conclusão
Participação presencial (estimativa)
Aulas
30
Total:
30
Avaliação Contínua
Os estudantes poderão optar por uma das seguintes modalidades de avaliação:
1. Avaliação distribuída
a) Realização de 1 exercício escrito individual no dia 22 de novembro de 2024. Ponderação de 60%.
b) Realização de 1 trabalho de grupo com componente escrita e oral. Ponderação de 40% (30% componente escrita e 10% componente oral). Para o efeito os alunos devem consultar o Guião orientador para a realização do trabalho de grupo.
2. Exame final
A avaliação consiste na realização de 1 exame escrito na época de exames. Ponderação de 100%.
Avaliação Final
Avaliação distribuída Teste escrito - 60% Trabalho de grupo - 40%
OU
Exame Final Exame - 100%
Provas e Trabalhos Especiais
Não aplicável.
Avaliação Especial (TE, DA, ...)
De acordo com as normas do RAC.
Melhoria de Classificação Final/Distribuída
De acordo com as normas do RAC.
Demonstração da Coerência das Metodologias de Ensino com os Objetivos de Aprendizagem da Unidade Curricular
A compreensão da pobreza/exclusão social enquanto fenómeno multidimensional e a aplicação dos conhecimentos no exercício da prática como interventor social com crianças e jovens em risco de exclusão social pressupõe o recurso a metodologias de ensino que impliquem não só a apresentação dos principais conteúdos programáticos mas, sobretudo, e de forma constante, a participação ativa dos alunos através da discussão e apresentação de trabalhos.