| Resumo: | O processo de autonomia de vida tem vindo a ser motivo de preocupação por parte de profissionais, decisores e académicos, tendo em conta a necessidade de se garantir um processo de transição por parte dos jovens para uma vida adulta, capaz de demonstrar efetivamente a autonomização e com todos os aspetos que a mesma contempla. De modo muito concreto, e porque os jovens em contexto de acolhimento residencial vivenciam experiências diferenciadas, necessitam então que este mesmo processo de transição seja preparado de forma consistente e que vá de encontro às suas reais necessidades.
Neste sentido, com o objetivo de compreender se as casas de acolhimento residencial têm previstos instrumentos de preparação para a autonomia de vida dos jovens e qual o impacto que esses têm na vida dos jovens, levamos a cabo um estudo de investigação, no qual, recorremos ao método qualitativo, com recurso à técnica de entrevista.
Participaram nesta investigação onze técnicos que têm prática profissional em casas de acolhimento em contexto nacional. Os resultados indicam que há um investimento na preparação da autonomia de vida dos jovens antes da sua efetiva autonomização. Todavia, não existe um programa consistente e definido, que contemple as áreas fundamentais para o treino de competências de autonomia de vida (cozinha, higiene; transportes; educação, integração profissional, gestão económica e financeira, lúdica e cultural, autoimagem, autoestima, identidade e competências para a vida).
Deste modo, os resultados recolhidos vêm demonstrar a necessidade da implementação de um programa específico e estruturado e validado cientificamente que efetivamente possa promover nos jovens acolhidos aquisições/aprendizagens fundamentais no treino de autonomia de vida, para a concretização efetiva da autonomização dos mesmos após a saída das casas de acolhimento. |
