| Resumo: | A autonomização de jovens em Acolhimento Residencial é uma questão de crescente relevância social, dada a sua importância na transição para a vida adulta. Considerando a especificidade das suas trajetórias, é fundamental adotar estratégias eficazes, adaptadas às necessidades singulares dos jovens acolhidos e garantir um acompanhamento contínuo que permita a sua integração plena na sociedade, reduzindo os riscos de exclusão social.
O presente estudo teve como objetivos a compreensão das perceções dos profissionais sobre as estratégias de autonomia, bem como a identificação das práticas institucionais que contribuem para o desenvolvimento de competências de vida e a análise do papel dos Planos de Atividades para a preparação para a autonomização.
Metodologicamente, privilegiou-se uma abordagem mista, baseada na aplicação de um inquérito por questionário, com questões abertas e outras fechadas, destinadas a profissionais de Casas de Acolhimento em Portugal Continental e Regiões Autónomas. Complementarmente, procedeu-se à análise documental de 7 Planos de Atividades de Casas de Acolhimento, com o intuito de obter uma visão abrangente das práticas adotadas nas Casas de Acolhimento Residencial para Crianças e Jovens.
Os resultados evidenciaram que a promoção de autonomia assenta, sobretudo, na aquisição de competências de vida diária, na gestão financeira e na integração social. No entanto, foram identificadas fragilidades na articulação entre as equipas técnicas e famílias, bem como dificuldades no acesso a recursos habitacionais e na empregabilidade após a saída do acolhimento.
Apesar dos esforços das equipas das Casas de Acolhimento na promoção da autonomia, persiste a necessidade de reforçar medidas de acompanhamento pós-acolhimento, assegurando um suporte contínuo que facilite a sua transição para a vida independente. |