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Estudo Aprofundado do Fenómeno da Ressocialização


Código: 23MIS2306    Sigla: EAFR
Áreas Científicas: Ciências Sociais/Serviço Social

Ocorrência: 2024/25 - 2S

Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos Horas Contacto Horas Totais
MISIJR 22 Aviso nº 14192/2023, de 27 de Julho 6 ECTS 30

Horas Efetivamente Lecionadas

1TMISIJ

Teórico-Práticas: 16,00
Inquéritos: 0,00

Docência - Horas

Teórico-Práticas: 2,00
Inquéritos: 0,00

Tipo Docente Turmas Horas
Teórico-Práticas Totais 1 2,00
Sara Cristina Dias Melo   2,00

Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem

Compreender como algumas estruturas sociais exercem pressão sobre os indivíduos para que sigam conduta não conformista em ruptura com valores, padrões, e condutas socialmente definidas como normais e desejáveis;
Compreender que certos grupos estão sujeitos a pressões que induzem reacções psicológicas de adaptação sem as quais não poderiam sobreviver;
Compreender que a conduta desviada nem é resultado da biologia nem de uma suposta personalidade que se adquire no nascimento;
Compreender que certas situações adversas induzem inevitavelmente reacções psicológicas de adaptação em dissidência com a escala de valores dominante;
Compreender que a anormalidade psicológica é precedida pela anormalidade social, isto é, que o sociológico precede o psicológico.
Operacionalizar contributos teóricos da psicologia e da sociologia na criação de contextos de socialização susceptíveis de provocar a reelaboração do habitus e de reparar traumas inerentes à vida familiar devastada pela precariedade económica/social/cultural.

Programa

1. As sociologias da delinquência juvenil: estrutural funcionalismo; interaccionismo simbólico ¿ teorias da rotulação, da associação diferencial e da dissuasão; teorias do conflito
2. Abordagem psicossociológica da desvalorização social: instituições totais, mortificação do eu e adaptações secundárias; reacções identitárias face à precariedade social: contornamento; saída da situação; defesa
3. A ressocialização segundo P. Berger e T. Luckmann: formação, conservação e transformação da realidade social subjectiva; condições relacionais e cognitivas da ressocialização - estrutura de plausibilidade; importância do aparelho de conversa para a mudança cultural profunda
4. A transformação das disposições interiorizadas na socialização primária segundo Lahire

Demonstração da Coerência dos Conteúdos Programáticos com os Objetivos da UC

Os conteúdos são adequados à aquisição de um conjunto de conhecimentos aprofundados sobre os factores sociais responsáveis pela ocorrência de rupturas no processo de socialização e facultam ferramentas teóricas consistentes para rebater o determinismo fatalista que apreende os efeitos psicológicos de certos acidentes biográficos como factos para a toda a vida, insusceptíveis de superação. Igualmente fornecem elementos de reflexão pertinentes para uma análise crítica de funcionamentos institucionais que, pretensamente voltados para a ressocialização, mais não fazem do que aprofundar a marginalização. Conhecer experiências que verificam hipóteses de transformação do habitus por via da invenção de dispositivos organizacionais e contextos relacionais alternativos é um outro conteúdo adequado ao objectivo de dotar os estudantes de competências, teóricas e práticas, para participar na criação de organizações cujas práticas rompam com rotinas e modos de pensar e fazer burocratizados.

Bibliografia Principal

Berger, P. & Luckmann, T. A construção social da realidade. Lisboa, Dinalivro, 1993.
Brazelton et alii, Criança e o seu mundo, Lisboa, Ed. Presença, 2000
V. de Gaulejac et alii, La lutte des places, Paris, Desclée de Brouwer, 2008.
Herpin, N. A sociologia americana, Afrontamento, Porto, 1982
Goffman, E. Asilos, São Paulo, Perspectivas, 1978
Lahire, B. ¿Patrimónios individuais de disposições: para uma sociologia à escala individual¿, Sociologia, Problemas e Práticas, nº 49, 2005
Queiroz, MC & Gros, MC. Ser jovem num bairro de habitação social, Porto, Campo das Letras, 2002
Pinto, L.C., Contextos de socialização e reconstrução identitária de adolescentes com consumos de drogas. Tese doutoramento em Ciências do Serviço Social, U. Porto, 2009

Métodos de Ensino

O processo de ensino/aprendizagem comporta a exposição teórica pelo docente e exposição de leituras de textos pelos alunos, debate dos temas apresentados, na perspectiva de desconstrução dos conceitos e teorias abordadas. Toma a leitura, fora da aula, dos textos seleccionados como mais estruturantes como componente fundamental da aprendizagem, uma vez que esta assegura uma participação mais consistente dos alunos, das suas dúvidas e dificuldades, assim como permite fazer da aula um momento de estudo produtivo. O ensino assenta ainda na exposição pelo docente de protocolos de observação de contextos de socialização, ilustrando a tradução dos conceitos em indicadores ajustados à verificação da teoria.
A avaliação baseia-se na apresentação de textos em grupo (3 elementos) e na realização de uma síntese teórica escrita (individual) relativa aos conteúdos programáticos. A apresentação oral das leituras tem um peso de 40% e a o trabalho escrito 60%.


Modo de Avaliação

3

Componentes de Avaliação e Ocupação registadas

Descrição Tipo Tempo (horas) Data de Conclusão
Participação presencial (estimativa)  Aulas  0
  Total: 0

Avaliação Final

Os estudantes podem optar por avaliação distribuída ou avaliação final.

No caso da avaliação distribuída, a avaliação baseia-se na apresentação de textos em grupo (3 elementos) sobre os pontos ou 2 dos conteúdos programáticos e na realização de uma reflexão crítica (individual) relativa ponto 3 dos conteúdos programáticos da disciplina. A apresentação oral  tem um peso de 50% e o trabalho escrito 50%.

No caso da avaliação final, os estudantes realizam um exame final na respectiva época de exames.

Provas e Trabalhos Especiais

De acordo com o RAC do ISSSP.

Demonstração da Coerência das Metodologias de Ensino com os Objetivos de Aprendizagem da Unidade Curricular

As metodologias de ensino centradas no aluno garantem uma formação ancorada na ruptura com as representações que concebem as condutas como fruto da personalidade individual ou dos genes e a identidade como se esta fosse equivalente a uma substância. Desafiam o aluno a interrogar-se sobre as próprias construções acerca das condutas afastadas dos normativos dominantes, a questionar as classificações accionadas pelas instituições, tidas como legítimas definidoras do normal e do patológico, assim como os diagnósticos e o tratamento a conceder a quem se afasta da norma. Desafia-os a compreender que instituições e ¿especialistas¿ produzem um senso comum que impede de entender que sem alterar a qualidade das sociabilidades e das relações sociais não é possível criar as condições da transformação interna dos indivíduos e que a intervenção coerente com a análise científica impõe que os técnicos se impliquem na criação de sociabilidades e relações socialmente heterogéneas, ricas e duráveis.